Conheça a voz da Diretora-Executiva da Rede Acadêmica Peruana, RAAP, e sua visão para RedCLARA e na colaboração. Leia este e outras entrevistas no livro “RedCLARA: Nome, voz e instrumento de colaboração na América Latina”.

O que vem à sua mente quando ouve um pesquisador falar sobre colaboração?
Eu penso na troca de conhecimentos, técnicas, publicações, etc., que o ajudam a melhorar seu trabalho científico, bem como as inter-relações que ele mantém com diferentes pesquisadores do mundo que estão trabalhando no mesmo assunto.

O que identificaria como o mais importante das redes de pesquisa e educação?
O mais importante é o fato de compartilhar experiências entre os atores de cada rede e a possibilidade de apresentar projetos conjuntos para obter financiamento que beneficie cada instituição participante, não só do ponto de vista econômico, mas também do avanço científico de suas pesquisas. Assim, as redes de educação permitem realizar muitas atividades sem ter que se deslocar de um lugar para o outro, o que leva a uma economia não só monetária, mas também energética, contribuindo para a conservação do ambiente.

Como descreveria o papel da RedCLARA, tanto em nível regional quanto global?
O papel que realiza a RedCLARA no sentido das perguntas anteriores, é o de articular e promover a criação de redes de pesquisa e educação na América Latina, bem como conectar os pesquisadores dessa região com pesquisadores de outros continentes.

Em geral, a RedCLARA promove o uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs), por meio de desenvolvimentos técnicos que permitem ter melhores ferramentas para a conectividade entre os pesquisadores. Além disso, promove a utilização das TICs como uma ferramenta para a pesquisa como as grades, transmissão de imagens para diferentes objetivos, melhor som, etc.

Qual tem sido para sua rede a importância central do projeto ALICE2?
O projeto ALICE2 tem permitido de um lado a capacitação dos técnicos que trabalham nas instituições que pertencem a nossa rede. Isto tem melhorado capacidades e também conseguido um efeito multiplicador. Do outro, trocar experiências com outras redes latino-americanas e europeias sobre o funcionamento da mesma rede, seus problemas, suas conquistas e suas expectativas futuras.

Quanto à formação de redes de colaboração entre pesquisadores, o projeto ALICE2 tem realizado uma aproximação entre os pesquisadores da América Latina, com a consequente formação de redes em que participam pesquisadores de diferentes instituições do país, o que tem gerado neles um interesse pelo uso das redes avançadas.

Quão importante é para a RAAP a colaboração com outras redes nacionais e regionais e de quais formas ela colabora em nível global?
A colaboração com outras redes nacionais e regionais é importante pois permite divulgar em nosso país o que vem sendo feito em diferentes campos científicos, para dar maior visibilidade a suas atividades em prol da ciência e da pesquisa. A colaboração com outras redes permite também articular os pesquisadores do Peru com pesquisadores que pertencem a outras redes nacionais e regionais. Além disso, permite a participação em projetos conjuntos que beneficiam toda a região da América Latina.

Se a RedCLARA não tivesse existido, como a senhora acha que seria hoje o cenário da ciência, a pesquisa e a inovação em seu país?
Embora em nosso país não conseguimos ainda que as redes avançadas se tornem uma ferramenta imprescindível dos pesquisadores, a existência da RedCLARA permitiu interagir com outras redes e fazer desenvolvimentos que vão beneficiar os pesquisadores no futuro. O cenário da ciência, a pesquisa e a inovação no Peru depende também do apoio que o governo dê a este assunto, que nos últimos dois anos conseguiu aumentar graças aos fundos que o BID está concedendo para inovação e pesquisa; neste novo cenário, o interesse por conhecer os benefícios que a RedCLARA oferece por meio da RAAP está começando a aumentar.

A senhora poderia descrever sua visão das redes de pesquisa e educação no futuro?
As redes de pesquisa no futuro serão imprescindíveis; todo pesquisador deverá pertencer a uma rede, pois está comprovado que o trabalho de pesquisa e o avanço científico não se pode dar de uma maneira isolada. Não é possível redobrar esforços para conseguir o mesmo objetivo em países diferentes ou em regiões diferentes do próprio país. Quanto à educação, veremos as redes sendo usadas para conseguir a interação entre estudantes que se encontrem muito distantes, que façam simulações que lhes permitam conseguir de melhor forma seus objetivos de aprendizagem, que sejam de níveis diferentes e participem de conferências mundiais sem ter que se deslocar. Quanto maiores necessidades, as redes terão que desenvolver também novas e melhores ferramentas para sua gestão eficiente.

De acordo com seu próprio critério, qual deveria ser o papel da RedCLARA nos próximos cinco anos?
Nos próximos cinco anos, a RedCLARA deveria continuar apoiando o desenvolvimento científico da América Latina. Embora alguns países já destacam pelos seus avanços e sua contribuição para a ciência, o papel da RedCLARA deveria ser justamente o de conseguir que aqueles países que têm menores avanços em ciência, tecnologia e inovação se articulem com os mais avançados. A RedCLARA deveria ter um papel importante na promoção do uso de ferramentas de redes avançadas em prol da pesquisa e a educação em toda a AL.