RNP e Ministério da Cultura promovem discussão com comunidade artística sobre cultura digital Imprimir
Sex, 30 de Dezembro de 2011 16:52
Desafios da Arte em Rede - I Rodada em Cultura, Arte, Tecnociência e Inovação aconteceu no MAM, antecedendo o Festival CulturaDigital.Br. Em 2003, o então ministro da Cultura, Gilberto Gil, colocou na pauta de trabalho da pasta a discussão em torno da redefinição das políticas culturais diante do crescente encontro das manifestações artísticas com as tecnologias digitais. Oito anos se passaram e as discussões tomaram vulto de modo que hoje o Ministério trata de forma institucionalizada a convergência entre as duas linguagens.

Esse cenário foi tema do evento “Desafios da Arte em Rede - I Rodada em Cultura, Arte, Tecnociência e Inovação”, que antecedeu, no dia 1º/12, a terceira edição do Festival CulturaDigital.Br, realizado no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. A comunidade artística, além de discutir o papel da cultura e das artes nos processos de inovação, atualizou-se sobre as ações do governo no âmbito da cultura digital e forneceu insumos para a formulação de políticas públicas nessa área.

Foram apresentados ao público presente os projetos da Rede de Laboratórios para Experimentação em Arte, Cultura e Tecnologia e da Rede de Cinemas Digitais, ambos fruto da cooperação entre Ministério da Cultura (MinC) e RNP. O primeiro está sendo articulado em parceria com a Funarte e o segundo, com a Cinemateca Brasileira e universidades.

De acordo com a diretora do Centro de Programas Integrados da Funarte, Ana Cláudia Souza, os laboratórios vão ao encontro dos esforços da instituição de fomentar a produção de trabalhos envolvendo arte, tecnologia e inovação. Entre as iniciativas de apoio a esse campo conduzidas pela Funarte, Ana destacou os editais que ofereceram bolsas para artistas produzirem conteúdos artísticos para o meio digital, como o prêmio Interações Estéticas e a Bolsa de Produção Cultural para a Internet.

A titular da Secretaria do Audiovisual do MinC, Ana Paula Santana, reforçou a necessidade do apoio da RNP na criação de uma infraestrutura para a digitalização e transmissão em altíssima velocidade de conteúdos audiovisuais, tanto da Cinemateca Brasileira como o produzido nas universidades. “A RNP é uma parceira incondicional que mesmo se pedir divórcio não se separa mais do ministério”, disse.

O diretor de Serviços e Soluções da RNP, José Luis Ribeiro, apresentou a rede Ipê – rede avançada operada pela RNP –, o seu histórico e as possibilidades de uso da infraestrutura de redes avançadas para pesquisas em outras áreas do conhecimento, como telessaúde e telemedicina, educação a distância, clima e biodiversidade. “Em 2008 e 2009, chegamos perto da cultura e começamos a falar uma língua comum, entendendo os seus requisitos para poder atender à demanda”, disse, referindo ao projeto-piloto pelo qual instituições do MinC foram conectados à rede Ipê e a partir do qual passou-se a investigar possibilidades de uso da rede para fins culturais.

O secretário de Políticas Culturais do MinC, Sérgio Mamberti, lembrou o histórico de institucionalização da cultura digital dentro da pasta, que culminou na criação da Coordenação de Cultura Digital, comandada atualmente por José Murilo Junior. Segundo Américo Córdula, diretor de Estudos e Monitoramento de Políticas Culturais, isso se reflete no Plano Nacional da Cultura, em que sete das 53 metas estão relacionadas à cultura digital.

Possibilidades da arte em rede

Pesquisadores e artistas que já utilizam a plataforma digital para manifestações artísticas também participaram do encontro demonstrando seus trabalhos. Entre os destaques está Járbas Jácome, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), que surpreendeu a plateia com um sistema pelo qual imagens são geradas no computador a partir de manifestações sonoras e visuais captadas pela câmera e pelo microfone.

Nos pilotis do MAM, o público pode assistir ao espetáculo de arte telemática FRÁGIL, realizado simultaneamente entre as cidades do Rio de Janeiro, Fortaleza e Salvador, com transmissão simultânea via Internet. O projeto utiliza a ferramenta computacional ARTHRON, desenvolvida pelo Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (LAVID/UFPB), coordenado pelos pesquisadores Guido Lemos e Tatiana Aires Tavares. Guido Lemos apresentou a ferramenta em uma das mesas do encontro

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