Matthew Scott e Niels Hersoug: Gerentes Gerais da DANTE/GÉANT compartilha sua visão em relação às redes de I+E e a colaboração Imprimir
Escrito por Tania Altamirano   
Sáb, 14 de Julho de 2012 00:00

Os líderes da instituição que administra a rede pan-europeia (GÉANT), compartilham – nesta nova entrega da série dos líderes das redes avançadas regionais – sua visão sobre o papel das redes de pesquisa e educação, e a importância da colaboração global.


Matthew Scott - Niels Hersoug, GÉANT

O que vem na sua mente quando ouve um pesquisador falar sobre a colaboração?
Niels:
É uma força importante que existe uma vontade comum entre os pesquisadores de todo o mundo para trabalhar juntos pelo benefício da humanidade. A possibilidade de colaborar depende de contar com a infra-estrutura adequada, e é a partir de um desejo de ajudar no trabalho colaborativo em todo o mundo que muitos de nós estamos aqui em DANTE. A RedCLARA é outro bom exemplo do bem que as coisas podem funcionar quando esse apoio à colaboração está aí.

Matthew: A colaboração gera benefícios gerais para a sociedade em muito níveis. Une as pessoas com habilidades semelhantes para trabalhar juntas por um objetivo comum, criando o que chamamos da vila da pesquisa; ou seja, a ideia de que, independentemente do quanto as pessoas estejam afastadas geograficamente, elas podem trabalhar em forte colaboração.

O que identificaria como o mais importante das redes de pesquisa e educação?
Niels:
Além do apoio que as redes de I+E dão à pesquisa, também devemos lembrar do importante papel de facilitador da educação. Também é essencial que continuemos trabalhando para quebrar a exclusão digital, um assunto que é muito querido pela Comissão Europeia, em comparação com os fornecedores comerciais.

Matthew: Absolutamente, é crucial que nós criemos igualdade de oportunidades para as pessoas de todo o mundo terem acesso aos seus colegas e parceiros na comunidade de pesquisa e educação, tanto no contexto local quanto no contexto mundial.

Como descreveria o papel da GÉANT, tanto no contexto regional quanto global?
Matthew:
Na Europa, a GÉANT atua como a comunidade comum para os pesquisadores europeus e também como uma sociedade das RNIE europeias nas quais podem colaborar em novos serviços. No contexto global, vemos a GÉANT muito no centro da vila de pesquisa e a educação. Um exemplo disto é o fato de que ela possibilita a troca de conectividade entre outras regiões do mundo.

Niels: DANTE tem quase 20 anos de experiência no estabelecimento de redes regionais de pesquisa e educação. Esta experiência é algo que nós temos compartilhado e continuaremos compartilhando com outras regiões do mundo.

Matthew: Além de fornecer conectividade, a GÉANT também oferece serviços para atender as necessidades dos usuários dentro da Europa. Isto é, de novo, algo que podemos compartilhar com outras regiões do mundo. O projeto ELCIRA, liderado pela RedCLARA, nos qual Dante e GÉANT estão fortemente envolvidos, é um exemplo de como podemos compartilhar experiências de serviços e trabalhar para criar serviços inter-regionais que beneficiem as colaborações globais.

O quanto é importante para GÉANT a colaboração com outras redes regionais e de que maneira ela colabora no contexto global?
Niels:
A colaboração internacional é chave para nós. DANTE fez um grande esforço para apoiar outras redes regionais nos últimos anos, com o apoio do financiamento da Comissão Europeia (CE), o que significa que os custos de conectividade entre as regiões sempre foram compartilhados. Também ajudamos outras redes a justificarem, perante as suas fontes de financiamento locais, a importância das Redes de Pesquisa e Educação.

Matthew: Para os projetos regionais financiados pela Comissão Europeia, DANTE tem atuado como link entre a CE e as regiões. Isto ajudou a criar laços muito fortes entre as regiões e a Europa. Mas à medida que as organizações como a RedCLARA, na América Latina, e o Centro de Cooperação TEIN*, na região da Ásia-Pacífico, adotam o papel do gerenciamento dos projetos financiados pela CE, DANTE continua trabalhando fortemente com eles para apoiá-los no seu trabalho.

Como acha que mudará nos próximos anos a colaboração global entras as redes regionais?
Niels:
Vamos ver uma mudança na diferença nas capacidades fornecidas pelas redes menores e as maiores. Pouco a pouco, a conectividade crescerá até o ponto em que haverá uma maior igualdade na largura de banda em todas as regiões do mundo.

Matthew: Fornecer largura de banda suficiente entre as regiões continuará sendo uma parte importante da colaboração global, mas o foco principal estará na prestação de serviços inter-regionais que facilitem a colaboração global.

Poderia descrever sua visão das redes de pesquisa e educação no futuro?
Matthew:
Para os projetos grandes a questão continuará sendo fornecer uma largura de banda sem restrições, algo que os fornecedores comerciais não estão interessados em fornecer, dada a natureza explosiva das redes de pesquisa. Cada vez mais, trabalharemos juntos para atender os grandes projetos científicos que são distribuídos em todo o mundo, obra que seria impossível sem uma grande largura de banda. Os projetos de pesquisa que dependem dos dados, como o Observatório Europeu Austral, no Chile, e o Observatório Pierre Auger, na Argentina, são bons exemplos disto.

Para além da questão da largura de banda, a qualidade dos serviços prestados pelas redes de I + E será muito importante, seja para o monitoramento de rede, a conectividade por largura de banda sob demanda, eduroam, o acesso global aos serviços por meio de federações, ferramentas de colaboração, etc.

Niels: É vital nos mantermos muito à frente dos fornecedores comerciais e experimentarmos coisas que não têm um caráter comercial atraente. Temos de cumprir o impensável.

Última atualização em Ter, 24 de Julho de 2012 17:20