Conheça a voz do coordenador do grupo de trabalho do Sistema de multiconferência para acesso interoperável Web e dispositivos móveis - GT-MCONF. Leia este e outras entrevistas no livro “RedCLARA: Nome, voz e instrumento de colaboração na América Latina”.

Qual o senhor diria que tem sido a maior contribuição de seu Grupo de Trabalho para o concerto das redes acadêmicas latino-americanas e a RedCLARA?
Penso que o grande aporte do GT-MCONF é o desenvolvimento e disponibilização de um sistema próprio de webconferência em software livre, que está sendo utilizado na RedCLARA com o nome de VC-Espresso. Com um desenvolvimento próprio, fica muito mais fácil personalizar o sistema para nossas necessidades.

O sistema cresceu através de uma iniciativa da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) para efetuar testes em altíssima escala e está formando a rede mundial de webconferência do MCONF, que abrange já vários Países ao redor do mundo, atualmente contando com 11 servidores espalhados pela Europa, América do Norte, América Central e América do Sul.

O sistema MCONF está recebendo vários financiamentos para seu aprimoramento, e tem como primeiro aporte a RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa) do Brasil. Após isso recebeu aportes da rede Clara e do governo brasileiro, através de sua agência financiadora e do Ministério da Educação.

Qual é a contribuição que a RedCLARA tem feito para a América Latina?
A RedCLARA é mais que uma simples rede física interconectando os Países da América Latina. A RedCLARA permite uma real integração entre os pesquisadores de várias partes do mundo, com foco na América Latina. Através dessa rede podemos trocar experiências e focar no bem comum ao invés de efetuarmos diversas iniciativas individuais, fortalecendo e otimizando os esforços para chegar a um mesmo objetivo.

Qual tem sido para o senhor e sua rede a importância central da CLARA-TEC?
CLARA-TEC é a comunidade técnica que permite a real integração entre os responsáveis pelo funcionamento da rede, trazendo definições e serviços comuns a todos na América Latina. Além disso, juntamente com os responsáveis pelo backbone, CLARA-TEC permite o encontro entre as pessoas da comunidade e os coordenadores de GTs, homogeneizando os serviços oferecidos em nível continental e, eventualmente, mundial, através de iniciativas como o eduroam, Edugain e Mconf.

Quão importante é para seu Grupo de Trabalho a colaboração que se estabelece dentro da CLARA-TEC e por meio dela com as redes nacionais e regionais?
É importante a divulgação do serviço a todos os Países membros, e também é importante verificar o que os outros países estão fazendo e como todos gerenciam suas redes. Todos evoluem com isso.

Se a RedCLARA não tivesse existido, como o senhor acha que seria hoje o cenário do desenvolvimento técnico na região?
Sem a presença da RedCLARA, a comunicação entre os Países da América Latina e entre a América Latina e restante do Mundo estaria prejudicada. Além disso, haveria menos homogeneidade nos serviços ofertados pelas várias NRENS na América. No caso específico do GT-MCONF, a ferramenta existiria somente em nível de Brasil, e demoraria muito mais a expansão para a América Latina. A divulgação dos serviços é mais rápida através das reuniões da rede CLARA.

De acordo com seu próprio critério, qual deveria ser o papel da RedCLARA nos próximos cinco anos?
Continuar focando na integração entre os Países, na expansão do backbone e no aumento de velocidade dos links. Além disso, seria muito importante que a Rede Clara continuasse a permitir a integração entre os coordenadores de GT e os responsáveis pelas redes de alta velocidade, permitindo que os principais serviços de redes fossem oferecidos de forma homogênea por todos da América Latina, levando todos a um crescimento maior.