Brook Schofield: "eduroam libera o poder dos sistemas baseados no gerenciamento de identidades dos campi" Imprimir
Escrito por Tania Altamirano   
Seg, 28 de Outubro de 2013 00:00

Na TERENA (Trans-European Research and Education Networking Association – Associação Transeuropeia de Pesquisa e Educação), Brook Schofield é responsável por um portfólio de atividades de middleware, que incluem sua participação como secretário dos grupos de trabalho Movilidad y Middleware (Mobilidade e Middleware), e o de Coordinación y Colaboración para el Middleware Europeo (Coordenação e Colaboração para o Middleware Europeu - EMC2); no projeto GN3 (GÉANT) ele é o responsável pelo serviço de inter-federação eduGAIN e membro da equipo operacional para eduroam, atividade muito semelhante à que ele lidera no projeto ELCIRA. Nesta entrevista nos beneficiamos com o conhecimento de Brook sobre o eduroam a fim de compreender por quê ele é um serviço tão relevante.

Brook Schofield, TERENA, eduroam, ELCIRA

Há quem considera o senhor como o padrinho do eduroam. Poderia compartilhar conosco sua história pessoal com este serviço?

O eduroam tem tido muitos pais em sua vida, e muita mais gente vai influenciar o seu desenvolvimento a medida que ele for envelhecendo.

A primeira vez que eu ouvi falar sobre o eduoram eu estava trabalhando no Reino Unido em um grupo de apoio. Ali eu conheci o James Sankar, que trabalhava na força de trabalho (TF) TERENA sobre mobilidade (hoje Mobilidade e Middelware). Ele incentivava especificamente sua implementação naquele país.

Quando eu voltei para a Austrália, tive a oportunidade de presidir o Grupo do Projeto eduroam, coordenado pela AARNet (a rede acadêmica e de pesquisa australiana), e James cruzou novamente meu caminho, e junto com uma grande equipe de pessoas muito comprometidas, aumentamos a implementação e a visibilidade do eduroam dali depois.

Em setembro de 2008, eu conheci o Klaas Wierenga, presidente do TF-Movilidad, em uma conferência em Melbourne, Austrália. Ali Klaas compartilhou uma ideia na lista de e-mails, que é famosa –ver: https://www.terena.org/mail-archives/mobility/msg00062.html. Esta ideia se tornou o eduroam.

Em maio de 2009 eu entrei para a TERENA e me tornei o secretário do TF-Mobilidade. Minha primeira conferência TERENA me permitiu colocar rostos nos nomes que haviam aparecido na lista de emails de Mobilidade durante os anos anteriores e ouvir de primeira fonte os desenvolvimentos em torno do eduroam.

Desde então eu tenho feito parte da Equipe Operacional para o eduroam e tenho trabalhado para aumentar o número de implementações e a qualidade do serviço.

Em resumo, o que é o eduroam e quem é ou são seus principais beneficiários?

O eduroam é um serviço de roaming de rede sem-fio segura para a pesquisa e a educação. Na prática, isso quer dizer que quando você ajustar seu dispositivo, seja um telefone, um tablet ou um portátil, automaticamente estará conectado à rede sem-fio do eduroam de um site participante, sem precisar ter conta de convidado ou ajustar novamente o dispositivo. O eduroam não é uma tela de sistema de autenticação, como aquela que os hotéis e as cafeterias têm, portanto ele se adapta perfeitamente aos dispositivos de tela pequena e garante que sua autenticação para o acesso à rede seja seguro.

Isto tem benefícios para o pessoal, os estudantes e os pesquisadores que se deslocam ao redor do campus, a cidade ou viajam para o estrangeiro. Graças a este serviço, eles têm acesso à internet sem precisar fazer nada extra nem assumir tarifas caras de itinerância. O eduroam é gratuito no ponto de uso para o pessoal, os estudantes e os pesquisadores.

O pessoal de suporte de TI também se beneficia pois uma vez que um dispositivo de usuário é ajustado, continuará trabalhando no eduoram independentemente de onde ele viajar. Quando um visitante chegar ao site, TI não terá que emitir uma conta de convidado e terá certeza de que ele vem de uma organização participante do eduroam e que não é um estranho que achou uma chave sem-fio compartilhada para acessar a rede.

Quantos países e redes nacionais já implementou o eduroam?

O eduoram está crescendo o tempo todo. Em novembro demos as boas-vindas ao território de número 59, o Chile.

Este crescimento explosivo durante os últimos anos fez necessária a criação da constituição do Comitê Global de Governança do eduoram (GeGC). O TERENA sempre foi ativo no governo do eduoram, mas o GeGC deu voz aos continentes que hoje estão fazendo a implementação. O GeGC começou representando somente a Europa, a Ásia e a América do Norte, mas com sua expansão na América Latina (atualmente com o apoio do projeto ELCIRA) e na África, ambos os continentes foram convidados para fornecerem representantes para o governo do eduoram.

O eduroam já tem 10 anos de idade. O senhor poderia se referir aos três marcos mais relevantes da vida do eduroam?

# 1 - o conceito inicial

Klaas Wierenga compartilhou por meio de um lista de e-mails (https://www.terena.org/mail-archives/mobility/msg00062.html) uma ideia que se tornou o eduroam.

# 2 - 10 anos de crescimento (vocês podem ver a história completa neste link: http://www.terena.org/news/3162/fullstory).

# 3 – Não aconteceu ainda.

O eduroam continua sendo emocionante e existem muitos mais lugares para os quais podemos expandi-lo. Há também melhorias a serem realizadas; como comunidade, ainda estamos interessados e sua evolução continuará para fazer com que o serviço seja relevante e fácil de utilizar para uma ampla gama de usuários.

Qual a importância de contar com o eduoram como parte dos objetivos de desenvolvimento do ELCIRA e por quê as RNIE latino-americanas devem "se envolver seriamente" (como diz seu vídeo promocional) com o eduroam?

O projeto ELCIRA está demonstrando ser um importante catalisador para a adoção do eduoram e a implementação do serviço na conferencia TICAL 2012 demonstra que a comunidade é capaz de oferecer um serviço de alta qualidade rapidamente.

As estatísticas de uso da TICAL ajudarão a nos dirigirmos às RNIEs e instituições específicas para que mais gente possa desfrutar do eduroam na TICAL 2013.

 

As RNIE latino-americanas deveriam se envolver com o eduroam seriamente, porque a comunidade de pesquisa e educação precisar de serviços que sejam relevantes para o completo espectro de seu conjunto. Os links da Internet de alta velocidade e o acesso às infra-estruturas de pesquisa são um componente importante da atividade de uma RNIE, mas o eduroam libera o poder dos sistemas baseados no gerenciamento de identidades dos campi; permite uma conta de campus oferecer serviços fora dele, inclusive ao redor do mundo, uma grande introdução aos serviços federados.

O investimento em serviços dos campi é então fortalecido com o sistema federado de cadastro web único (WebSSO – Single Sign On). Assim, o investimento inicial no eduroam pode ser reutilizado em um gama mais amplia de serviços.

Em junho o senhor visitou o Peru, em setembro, o Chile, e em agosto a RNP (Rede Nacional de Pesquisa e Educação) lançou o eduroam no Brasil. Qual a sua percepção pessoal do que está acontecendo com o eduoram na América Latina?

Na América Latina o eduroam está em boas mãos. Achamos novos pais para tomar conta dele em José Luis Quiroz e Leandro Marcos de Oliveira Guimarães; e sua entrega, paixão e compromisso com a comunidade é exatamente o que nós precisamos para garantir que o público que conhecer e implementar este serviço seja o mais amplo possível.

Última atualização em Qui, 05 de Dezembro de 2013 14:18